sexta-feira, 7 de março de 2008

COLGATTI

O visionário estava rindo.

Não consigo parar de rir, quero rir... Isso me dá rugas, sinto que estou usando demais os músculos do rosto. Meus olhos caem, a pele seca os dentes apodrecem, mas lá estou eu sorrindo, porque quero. Envelheço precocemente por causa de minhas gargalhadas. Acho que não vou parar.

Acordei hoje e resolvi levar a vida dessa maneira, alegre e sorridente...
O ar está bacana as árvores em seus lugares tudo parecia normal tudo parece com o tédio.
[Quando estamos felizes o tempo passa mais rápido]

Não tenho muito mais o que fazer nesse lugar, sorrirei para que tudo passe rápido. As aves voam como flechas, as nuvens tornam se rabiscos, as pessoas máquinas, os carros voam, o ar torna se negro e a chuva ácida. Estou ali sentado com a chuva queimando meus olhos.

- Oi.
Um amigo senta se a meu lado, há muito tempo não o vejo. Que estranho ele ainda está com a pele firme. Ah sim, ele não está sorrindo deve ser por isso. A chuva não o queima.

Com as costas largas eu o vejo abrir o guarda-chuva.

Tento sorrir com mais vontade... A necessidade do adeus me vem.
Fecho meus olhos queimados.
Adeus.

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