quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Coisa primeira

Passo horas d’fronte a um espelho tentando descobrir quem sou....
Será que sou essa imagem fosca e turva...acho que não...
Não me conformo em ser uma imagem,
Tento, então, buscar o ente que a forma
Mas como faço pra enxergá-lo?
Eis o que faço: viro-me pra ti e olho nos teus olhos
...E o que vejo, nada alem d’outra imagem, só que desta vez diferente
Uma imagem banhada em água, água que não seca, percebo algo
De eterno, será o infinito entre os meus e os teus olhos?
Entristeço-me com essa distancia infindável que existe entre mim e eu mesmo, a mesma distancia que separa um décimo de um oitavo, maldito infinito que me deslumbra e temoriza.

Resolvo pegar um papel e um giz de cera
Incessantemente escrevo:
Meu nome, meu nome, meu nome... quando percebo ele já não é mais meu [nome]

[Maldição]

Agora nesse papel feito de luz e sombra, minha imaginação dança
Escrevo outros mil nomes, qual deles será o meu?
Já não sei....
De repente desenho uma estrela,
Encantado objeto que some no infinito espaço do papel

[Me perco novamente]

Procuro-me então nas vozes
Poetas, bêbados, equilibristas, pingentes, astronautas
Todos me gritam...
Mas não consigo saber de onde vem o som

Percebo ali na escrivaninha uma concha
Aproximo-a do ouvido, acho que finalmente descobri de onde vem o som
Mas eis que me acho dentro de um vazio, no qual o som não pode se criar
Então vejo me perdido dentro da concha [vazia]

Por fim penso que não posso me achar nunca
Então percebo como é boa a sensação de estar perdido no infinito vazio
Quero o infinito, quero sê-lo!
Eis que finalmente me acho...

Um comentário:

. Hugo Lima . disse...

uahh....

este foi o primeiro que li do Bandinni...
amei de cara!

coisa primeira mesmo! hehe

bjO, xuxu! ^^

PS: filosofaria um bocado tentando desvendar verso a verso de toda essa de ser ou não ser [um nome] ;)